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Efeitos do sobrepeso e obesidade

De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde. É uma doença crônica, com enorme prevalência nos países desenvolvidos, atinge homens e mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida e tem elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.Além de acarretar múltiplas consequências graves para a saúde.


Utiliza-se para a avaliação da obesidade o índice de massa corpórea (IMC) de Quetelet que é a relação entre o peso (em kg) e a altura (em metros) elevada ao quadrado (IMC= peso/ altura2). Valores até 20: subnormal, 20 a 25: normal, de 25 a 30: sobrepeso, 30 a 40: obesidade: o e acima de 40: obesidade mórbida.
A prevalência da obesidade está aumentando em todo mundo e várias doenças podem ser causadas ou agravadas pela obesidade: diabetes mellitus (DM) tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, depressão, além de síndrome do ovários policísticos (SOP) e infertilidade.

Como parte natural da epidemia mundial de obesidade, o número de mulheres em idade reprodutiva com sobrepeso também vem aumentando em todo o mundo – e o Brasil não é exceção. Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o excesso de peso e a obesidade entre as mulheres cresceram 50% nos últimos 30 anos, sendo que, atualmente, mais da metade (51,9%) das brasileiras entre 20 e 44 anos estão com um índice de massa corpórea (IMC) acima de 25. Contrariamente ao que muitos acreditam, a prevalência de obesidade é maior entre as mulheres brasileiras de baixa renda do que nas classes sociais mais favorecidas. Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil e repete-se em quase todos os países em desenvolvimento com renda média intermediária.

A relação entre a obesidade feminina e o sucesso reprodutivo é matéria complexa, entretanto os efeitos negativos da obesidade na reprodução humana são amplamente discutidos: atraso para concepção espontânea, maior prevalência de infertilidade feminina e masculina, de abortos naturais, pior resposta aos tratamentos de infertilidade, além da maior predisposição a complicações obstétricas. A alteração nos esteroides sexuais parece ser a principal causa da infertilidade feminina em pacientes com sobrepeso e obesas, entretanto, recentemente outros fatores vêm sendo estudados: metabólitos ovarianos, expressão gênica, qualidade de oócitos e embriões.

Estudo da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva mostrou que até 6% dos casos de infertilidade primária nas mulheres podem estar associados ao excesso de peso e que, além disso, mais de 70% dessas podem vir a engravidar espontaneamente se houver redução do peso corporal com exercício físico e dietas apropriadas.

As intervenções para redução do peso geralmente constituem o ponto inicial do tratamento. Objetivam melhorar a fertilidade e reduzir o risco de complicações obstétricas, sendo mais efetivas quando introduzidas como abordagem inicial .

Referências 
ARIE W. et al. Síndrome dos ovários policísticos. In: PINOTTI, J. et al. Ginecologia endócrina manual de normas. São Paulo: Editora Rocca,2004. p. 215-231.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Artigo online. 2009. Disponível em <htpp:// portal.saude.gov.br >. Acesso em 25 de julho de 2010.
CAMARGOS, F. A.; OLIVEIRA, R. F. Obesidade. In: AMARAL, W. et al. Tratado de reprodução assistida. São Paulo: Segmento Farma Editores, abril 2010. p. 425-429.
LEMOS, D. C. N. C. ; OLIVEIRA, R. F. Obesidade e reprodução. Femina, vol. 38, p. 245-249, maio 2010.